Título: “Cartografia entre território, abandono e anacronismo” (2017)
Categoria: Instalação
Materiais: diversos.

O trabalho “Cartografia entre território, abandono e anacronismo”, foi pensado em 2017 durante a residência artística no Espaço da Funarte/Minc entre os meses de maio e outubro de 2017. Trata-se de uma instalação que conta com construções realizadas com madeira e demais objetos coletados no território onde se deu a residência, construções essas que são distribuídas pelo espaço expositivo. A instalação conta também com um painel de 2,8m de largura por 2m de altura, elaborado com anotações, fotografias, desenhos e um monitor de 7 polegadas, que transmite um vídeo com 10min de duração (Link para o vídeo: https://youtu.be/Wdhn_J92F0o).

“A situação criada especificamente no contexto da região e do complexo Funarte/Minc resultou na produção de objetos manufaturados a partir de restos de obras e de exposições anteriores encontrados e recolhidos em um depósito no interior do edifício do Minc. Esses objetos em exposição desenham concretamente a geometria dos abrigos construídos por mulheres e homens em situação de rua nas calçadas ao redor da instituição, eles também, servindo-se de materiais descartados. Renato acrescentou um painel no qual nos mostra de maneira acumulativa, visual, e organizada, o resultado discursivo de sua cartografia. Este painel não é descritivo ou meramente informativo, mas resulta em um objeto visual que responde aos demais expostos e com eles partilha do mesmo status de obra. Ele compõe-se de mapas, citações teóricas, excertos informativos, planos, anotações, palavras-chaves, pequenos elementos de uso corriqueiro por parte da burocracia, fotografias do interior e do exterior dos edifícios em guisa de documentação além de um vídeo no qual podemos seguir os passos do autor, partindo do depósito em direção à rua. Como Walter Benjamin já nos indicara, citar é “citar a comparecer” e tal ideia poderia se aplicar a cada um dos elementos citados na obra.”
João Gomes
(Texto retirado do catálogo da exposição
“Corpos que percorrem um espaço dividido’’, 2017)