_obras

_Série: Dourando pílulas (Fofura Artificial)
Obras formadas por dípticos, do lado esquerdo um texto desenhado a mão com o uso de grafite sobre papel, do lado direito um texto escrito à máquina de escrever, também sobre papel.
São utilizados textos de autores com abordagens contra-hegemônicas, com intenções disruptivas ou progressistas. Esses textos são alterados por inteligência artificial a partir de uma solicitação simples “torne o texto mais fofo”. O trabalho usa diferentes tecnologias, o uso da inteligência artificial, a ação da escrita manual com o uso do lápis grafite, a tipologia mecânica e o uso da máquina de escrever. A manualidade presente na escrita do lado esquerdo, o visual e a plasticidade do grafite, sua tipologia, cor do papel e diagramação remetem propositalmente a estética de convites de casamento, batizado ou aniversário, servindo como uma forma de atenuar e suavizar uma mensagem antes incisiva ou até mesmo radical para alguns, tornando-a sarcasticamente mais convidativa.Já o texto a direita, realizado com à máquina de escrever, reforça a formalidade da mensagem, a ideia de conhecimento trabalhado, estruturado e a valorização de seu significado.

TEXTO 2 (2025)
(A: 26cm x L: 44cm)
MATERIAIS: Papel, grafite, tinta, texto de máquina de escrever.

Texto do lado esquerdo:
O mundinho que não sabe amar, não sabe sentir — é a frieza em forma de triste vaidade. E só se desfaz quando encontra uma força maior: a do amor teimoso, que insiste em florescer mesmo entre as pedrinhas do passado.

Texto lado direito:
O colonialismo não é uma máquina de pensar, não é um corpo dotado de razão. É a violência em estado puro, e só se curvará diante de uma violência maior”. Franz Fanon